domingo, 2 de setembro de 2007

Cartas Pessoais

A dor do “silêncio de Deus”, foi assim que Bento XVI classificou o conteúdo das cartas que Madre Teresa de Calcutá escreveu ao longo de 66 anos, nas quais revelava algumas dúvidas de fé e, até, da existência de Deus.
São cartas que ela dirigiu, de modo pessoal, a várias religiosas e superiores e que, no fim da vida, manifestou o desejo de que fossem destruídas, mas o Vaticano achou que deviam ser preservadas e agora decide publicá-las no dia 4 de Setembro, em formato de livro.
Quem conheceu, ou acompanhou a vida de Madre Teresa, identificou nela uma vontade vertical e inamovível. Era uma mulher de ferro, com ideias claras e, apesar da sua figura franzina, ela media-se pela força do Evangelho que, a modo de cruz, dependurou como insígnia no hábito que a revestia. Quando falava, tal era a sua humildade e firmeza, que silenciava os seus mais frenéticos opositores. Por isso, o seu desejo de que as cartas fossem destruídas devia ter sido escutado e cumprido. São cartas da intimidade de uma alma, cartas que revelam a dor do “silêncio de Deus” e que se tornaram partilha entre duas pessoas: o remetente e o destinatário. Mas, o Vaticano, achou que não, porque, segundo se afirmou, a leitura destas cartas pode ajudar muita gente.
Mas, sabiam que a revista Time é que tem os direitos da divulgação do livro e que já publicou vários trechos destas cartas? Ora aqui está. O pobre, com a anuência da Igreja, continuará a ser explorado até depois da morte. O livro tem o título: "Mother Teresa: Come Be My Light".
Madre Teresa morreu em 1997, com 87 anos, há 10 anos. Foi um modelo para muitos cristãos e apreciada por tantos outros não cristãos.

AS

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