sábado, 15 de setembro de 2007

Por causa da Incoerência

Penso que um dos maiores males e, talvez, o que mais assola a nossa sociedade é o da incoerência. Em nome dela, e por causa dela, muitos moralistas ergueram a sua voz e estabeleceram regras de ouro a serem respeitadas por todos menos por eles. Quantas vezes, são os próprios moralistas, ou pseudomoralistas, que julgam saber mais do que os outros em matéria de comportamentos, os primeiros a meter o pé na chaca!!!
Pois é, mas é com estas personagens que temos de lidar no dia-a-dia. Moralistas que ditam regras aos outros, que exigem comportamentos rectos e irrepreensíveis e que, em nome de Deus e dos bons costumes, defendem as maiores convicções e valores que, depois, são incapazes de eles próprios cumprirem.
Aí os vemos, pregando em praça pública um celibato e uma pureza que, depois, em recantos escuros e escondidos e pela calada da noite não cumprem; pregando um desprendimento material que, depois, entre suaves palavras evangélicas, contrariam para defender a sua avidez pelo dinheiro; pregando um amor fraterno que, depois, sob o lema da justiça implacável, esquecem e tornam-se, eles próprios, os maiores opressores; pregando uma bondade que, logo a seguir, anulam por causa do vício da maledicência que tão argutamente exercem; etc.
São estes os moralistas que temos e que, por muito sabichões que se julguem, pensam que enganam a Deus e ao mundo, mas não enganam não, porque Deus não se deixa aprisionar por ninguém e ilumina o coração daqueles que estes santoches (mistura de santo e fantoche) tanto desejam subjugar!

AS

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Meio Homens - Meio Animais

Pois é, quem ouviu ontem a notícia, ficou regelado (eu fiquei). Em Londres, como tudo se prevê, vai ser autorizada a experiência de «embriões híbridos» com o objectivo de tratar doenças como as do Alzheimer e Parkinson.
Mas o que são os «embriões híbridos»? Pois bem, segundo foi noticiado, consiste em criar embriões inserindo células humanas em óvulos de vacas mortas. Estes embriões são, 14 semanas depois, destruídos para obter deles células embrionárias para combater doenças neurodegenerativas.
Ora bem, aqui está um belo exemplo de como o homem não sabe controlar os seus impulsos nem delimitar o horizonte entre o eticamente correcto e a barbárie. Estes embriões serão, segundo dizem, 99,9% humanos e 0,1% animais. Mas, na verdade, o que serão realmente? E se a tentação dos cientistas chegar ao ponto de os deixar crescer, implantando-os num útero de ser vivo, para ver o que daí sai? Há muita coisa que se faz nas caves dos laboratórios, coisas de loucos, que nem dão para imaginar, mas que são feitas, aí estão, basta apenas querer vê-las. Os horrores que se escondem em salas subterrâneas de países desenvolvidos, com gente que se diz cientista mas que na verdade não passam de loucos com uma curiosidade mórbida e sem valores a balizar os seus intentos, são tantos e ninguém vê.
Que é o homem? Quem é o homem? Que procura o homem? Até onde pode chegar? Quais são os seus limites? O que significa ser livre? Que andamos a fazer com a vida? Que futuro estamos a criar para a raça humana, se é que assim se chamará? O que está por trás de toda esta ânsia de poder e de morte? As consequências? Essas hão-de aparecer um dia.
AS

sábado, 8 de setembro de 2007

O DALAI dos sapatos velhos

O Dalai Lama, monge e mestre tibetano, vem a Portugal na próxima semana. Luis Amado, Ministro dos Negócios Estrangeiros, afirmou que não há nenhum protocolo nem encontro oficial com o Dalai Lama, “por razões óbvias”, quando o jornalista perguntou que razões eram essas ele virou a cara e não deu nenhuma (cf: SIC, noticiário das 20h de dia 8 de Setembro).
Na reportagem que acabei de citar entre parêntesis, mostraram a imagem de um monge tibetano, junto dum lago, a ver os patinhos e os pombos, e cometeram a ousadia, sim a ousadia, de o filmar de alto a baixo, retendo um pouco a câmara nos pés do dito monge que mostravam, grandes e não apertados, uns sapatos sem brilho e com ar de velho.
Aqui está uma das razões óbvias a que Luis Amado se referia. É que se provavelmente o Dalai calça-se sapatinhos vermelhos, Prada, e viesse no seu avião particular e com o seu carro blindado, como embaixador de um Estado rico e poderoso, a resposta seria bem diferente. Mas quem vem é um pobre homem, com sabedoria espiritual, lutando pela causa dos tibetanos e da opressão chinesa e, pior de tudo, de bolsos vazios e sapatos velhos. Quem tiver ouvidos para ouvir, oiça!



AS

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Mãos ao ar! Isto é um assalto!

Pois é… no prazo de uma semana lá foram assaltados 3 bancos e hoje uma joalharia e o Museu da Joalharia, ambos em Viana do Castelo. Mas não se preocupem, o secretário-adjunto da administração interna disse que isto era só um pico nas estatísticas, coisa de pouca monta.
Ufa! Confesso que antes de ouvir hoje, na TSF, o Sr. ministro da Administração Interna, Rui Pereira, eu estava preocupado, mas agora, ao ver que é só um pico de pouca importância, longe da margem, ainda muito alargada, da “quota” de crimes que a Comunidade Europeia nos auferiu, fico mais tranquilo e já não me importa muito que haja mais uns assaltitos a uma meia dúzia de bombas de gasolina, joalharias, museus, idosos isolados, etc., sempre e quando não ultrapassemos a dita margem.
Esta herança que nos foi deixada pelo actual presidente da Câmara de Lisboa, o Sr. (Excelentíssimo) Dr. António Costa, antigo ministro da Administração Interna, não nos afecta muito, pois não? Pelos vistos, este cavalheiro muniu a PSP de fisgas e deu-lhe uns subsídios para o curso: «Como dar porrada no pessoal, sem armas e sem ser filmados», e a coisa ficou por aí. Ah!, já me esquecia, é que também patrocinou (desviou), e isto é verdade, fundos que advêm do pagamento dos nossos seguros de carro, supostamente para serem aplicados na segurança rodoviária, em aparelhos electrónicos para colocar nas viaturas da “poli” para rentabilizar a caça à multa e encher os bolsos do governo.
Este governo é uma pândega. Adoram o Circo e pensam que o pessoal entra nas palhaçadas que fazem, porque nos consideram burrinhos que nem uma porta. Mas não digam nada a ninguém, senão amanhã tenho o “Socras”, como alguns lhe chamam, à minha procura para me processar por falar mal do seu governo e dos seus amigalhaços e lá vou eu partilhar a sorte de alguns professores, enfermeiros e afins, que se abrirem a boca para contradizer as normas em vigor ou para divulgar o conteúdo das cartas que os ministros, ou a ministra, mandam para os estabelecimentos, com o pré-aviso de que não é para divulgar, vão direitinhos para a lista negra e, daí, para a rua. Ora, quem votou nele, para a próxima não se esqueça disto: não há nada pior que viver numa ditadura com adereços de democracia!

AS

terça-feira, 4 de setembro de 2007

«My dear (meu querido) Trouble»

Esta senhora que estão a ver na foto chama-se, chamava-se, pois faleceu em Outubro passado, com a idade de 87 anos, Leona Helmsley. Pois bem, esta senhora milionária, deixou um testamento de 14 páginas tornado agora público, que apresentava como seu grande herdeiro o seu cãozinho de estimação, chamado “Trouble”, com uma herança de 12 milhões de dólares e cem mil dólares ao seu motorista. Em relação aos familiares, nicles!
Mas sabem o que é mais bizarro nesta história? É que agora apareceu uma antiga empregada da velhinha, dizendo ter sido assediada pelo cão, não apresentou nenhum teste de gravidez (creio!?) mas trouxe uma foto (não sei de quê). Lamento não ter nenhuma foto do cãozão, sim, porque cãozinho é nome de bicho pobre.
Mas que mundo tão absurdo este em que vivemos. Gente que morre à fome, pessoas no desemprego cheios de dívidas, reformados que mal têm dinheiro para pagar os seus medicamentos e o que lhes resta nem dá para comer, pais que se matam pelo desespero que os invade ao verem-se incapazes de dar um futuro às suas famílias… e vem-me esta velha estreloucada tornar como herdeiro a merda de um cão! E a seguir aparece uma “chupista”, como tantos e tantos “chupistas” por esse mundo fora, que vem reclamar direitos porque foi assediada pelo bicho.
E não me venham dizer que “coitadinha da senhora, provavelmente ninguém a queria, nem lhe dava carinho”. Mas quem diabo disse que para se amar e manifestar sentimentos humanos, nobres, temos de ser permanentemente amados e mimados? Jesus Cristo estava bem lixado se isto fosse verdade, ou melhor, quem estavam lixados éramos nós!
Como o cão não tem vontade, nem se exprime solidariamente com os problemas da humanidade, olhem, este dinheiro que podia ajudar muita gente vai ficar para comprar Friskies, bolachinhas em formato de osso, bolinhas com guiso e todas essas porcarias! Caso para dizer: Mundo Cão! As pessoas? O que é isso?


AS

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Como classifica o Papa Bento XVI?


Encerramos hoje a nossa primeira sondagem. A amostra teve a participação de 11 votos, mas isso já permite fazer uma leitura interessante.


Primeiro dado a reter: ninguém disse que não gostava deste Papa. Isso não quer dizer que, instantaneamente, todos gostem dele, mas é sintomático que, apesar de outras respostas que se tenham dado, todos reconhecem que o Papa, talvez por isso mesmo, por ser sucessor de Cristo, sobrepõe-se ao homem que acarreta este mesmo título.


Outro dado a reter é a elevada percentagem dos que votaram na resposta "ao estilo alemão". Que quererá isto dizer? O que é que as pessoas terão pensado no que se refere a este estilo alemão? A história mundial não foi muito benévola com a configuração deste estilo, mas não me atrevo a afirmar que tenha estado, subjacente a esta opção, algo de negativo. Cada um fará a leitura que julgar mais adequada.


Também não deixa de ser curioso que 36% dos votantes não queira saber do Papa. Se alargarmos a percentagem a um universo de 100 pessoas, quererá isto dizer que, dessas 100, 36 não querem sequer falar do Papa, ou estarei enganado? E se somarmos estas 36 às outras 45, temos um total de 81 pessoas que, de uma ou de outra forma, olham o Papa pelo canto do olho.


Estes números rebatem-se com os 18% dos que gostam do Papa, do seu estilo próprio e de falar dele, interessar-se por ele e pelo que diz.


Aqui está, são apenas dados de leitura, muito limitados é claro, mas que já dão um toque ao que por aí se vai sentindo.


Hoje surge um novo inquérito. As conversas de rua, de café, de mass-media... vão mostrando uma aversão ao clima que agora se está a viver em Portugal e ao desalento dos portugueses. Pois bem, vamos sondar a "felicidade" do pessoal. Vamos a isso, quem sabe se nos surpreendemos a nós mesmos!

domingo, 2 de setembro de 2007

Cartas Pessoais

A dor do “silêncio de Deus”, foi assim que Bento XVI classificou o conteúdo das cartas que Madre Teresa de Calcutá escreveu ao longo de 66 anos, nas quais revelava algumas dúvidas de fé e, até, da existência de Deus.
São cartas que ela dirigiu, de modo pessoal, a várias religiosas e superiores e que, no fim da vida, manifestou o desejo de que fossem destruídas, mas o Vaticano achou que deviam ser preservadas e agora decide publicá-las no dia 4 de Setembro, em formato de livro.
Quem conheceu, ou acompanhou a vida de Madre Teresa, identificou nela uma vontade vertical e inamovível. Era uma mulher de ferro, com ideias claras e, apesar da sua figura franzina, ela media-se pela força do Evangelho que, a modo de cruz, dependurou como insígnia no hábito que a revestia. Quando falava, tal era a sua humildade e firmeza, que silenciava os seus mais frenéticos opositores. Por isso, o seu desejo de que as cartas fossem destruídas devia ter sido escutado e cumprido. São cartas da intimidade de uma alma, cartas que revelam a dor do “silêncio de Deus” e que se tornaram partilha entre duas pessoas: o remetente e o destinatário. Mas, o Vaticano, achou que não, porque, segundo se afirmou, a leitura destas cartas pode ajudar muita gente.
Mas, sabiam que a revista Time é que tem os direitos da divulgação do livro e que já publicou vários trechos destas cartas? Ora aqui está. O pobre, com a anuência da Igreja, continuará a ser explorado até depois da morte. O livro tem o título: "Mother Teresa: Come Be My Light".
Madre Teresa morreu em 1997, com 87 anos, há 10 anos. Foi um modelo para muitos cristãos e apreciada por tantos outros não cristãos.

AS

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Da OPUS com amor!

Todos nós hoje levamos uma “ensaboadela” com a notícia de que o Sr. Paulo Teixeira Pinto “renunciou” ao cargo de presidente do BCP, o maior Banco, segundo dizem, de Portugal (e arredores…).
Os noticiários de rádio não se calaram com o assunto, os da TV «idem aspas», deu-se uma ênfase dos diabos à saída de um cavalheiro que, certamente, parte bem na vida.
Há umas semanas, a respeito da mesma personagem, lá vinha na capa de uma revista a foto do senhor e a notícia de que tinha abandonado a Opus Dei. Comecei a pensar que se ele tivesse sido catequista ou vicentino certamente que ninguém ia ligar ao facto de deixar de servir a Igreja num destes “servicinhos”. Mas como deixou a Opus Dei, a coisa é diferente… Agora como abandonou o BCP lá volta a dose de informação que nos leva, querendo ou não, a decorar o nome destas individualidades. Connosco nunca é assim. Podemos fazer as maiores maravilhas ou sofrer as piores desgraças e ninguém nos noticia.. somos raia pequena.
Mas o que tem mais piada no meio disto tudo é que Jardim Gonçalves, o antecessor de Paulo T. Pinto, em guerra com ele e quando ambos apareciam para as assembleias sem se falarem (zangados, não é que si diz?), agora está na TV a traçar um elogio a Paulo T. Pinto, porque já saiu do banco. Compreendem isto? Eu não. Faz-me lembrar que quando as pessoas morrem, mesmo tendo sido os piores filhos da mãe, tornam-se sempre uns santos: «ele até nem era assim tão má pessoa...».
Que fazer? Pois nada, apenas ir vendo estes “bezerros de ouro” que se digladiam por coisa de pouca monta, sim, porque o dinheiro, embora alivie os nossos fardos e pague as nossas contas ao fim do mês, não dá o essencial à vida e quem disser o contrário é porque existe mas não vive verdadeiramente.
E para que não digam que eu sou um maldizente, aqui deixo uma frase que o sr. Paulo Teixeira Pinto escreveu numa carta de despedida que enviou por mail (ai não!, que pelos CTT gastam-se selos!) aos funcionários do BCP, e que eu, por acaso, achei engraçada e que vale a pena reter:
Porque nós somos não apenas aquilo que de facto somos mas igualmente o que os outros de nós ajuízam”.
Ora aí está uma meia verdade! Eu diria, se me fosse permitido: «Nós somos aquilo que de facto somos e o fruto daquilo que realmente fazemos».
Bom fim-de-semana!
AS

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

PRUDÊNCIA!

Por motivo de festa na empresa onde trabalho, ontem nos reunimos para aquele jantar de início de férias. O encontro agradável entre todos os meus colegas ficou sombrio quando a meu lado se sentou "aquele" colega com o qual se deve ter todo o cuidado ao falar, e todo o cuidado é pouco.
Há pessoas assim, pessoas que quando começam a aproximar-se de nós despertam logo aquela luzinha interior e intermitente que nos diz: «cuidado! perígo à vista!». A experiência levou-me a aprender a lidar com gente que não sabe guardar um segredo, que vive "sugando" tudo o que os outros sabem para daí tirar proveito pessoal. São pessoas que nos amedrontam porque não têm prurido nenhum em tramar o parceiro, desde que se saiam bem da aventura e lucrem com isso.


Como lidar com gente assim? Aqui deixo umas dicas que poderão ajudar, pelo menos a mim têm ajudado, não são receitas mas fruto da minha experiência pessoal:

1) Regra de ouro: falar pouco sobre tudo e nada sobre si!

2) Não emitir respostas de opinião sobre temas que eles sugerem. Lembre-se: podem estar a tentar pô-lo à prova.

3) Sempre que lhe perguntar: «o que te parece?», diga: «ainda não tenho uma opinião formada sobre esse assunto...».

4) Não fale dos outros a essas pessoas. Acredite: ela, mais dia menos dia, vai contar-lhes aquilo que você disse sobre elas hoje.

5) Evite entrar em intimidades (jantarinhos em casa, aceitar boleia, ir ao cinema...). Estes momentos são oportunos para que, na sua ingenuidade, caia nas malhas de quem o quer apanhar.

6) E, finalmente, não mostre que tem medo deles. Unicamente desvie o tema e, caso insistam, diga simplesmente: «não quero falar sobre o assunto», e ponto final.

É triste dizer isto, mas há gente que adora fazer-se passar por bons samaritanos e, quando se revelam, são verdadeiros abutres à caça de presa. Devemos aprender a viver com eles sem, contudo, deixarmos de ser nós mesmos. Mais do que impulsivo, pois eles adoram impulsivos porque dizem tudo e sem pensar, seja PRUDENTE!

Pra quem nos quer tramar só podemos ter uma atitude: olhos abertos, cabecinha a funcionar e tento na língua, muito tento!

AS

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Geração «Morangos»

Na terça-feira passada, ontem portanto, um dos jornais nacionais, o Correio da Manhã, noticiava que o jovem actor, Tomás Santos, de 19 anos, que dá vida à personagem "David", na série juvenil "Morangos com Açúcar" tinha sido preso por ter participado num roubo e sequestro de um outro jovem que dá por nome Valdemar, juntamente com outros colegas.

O Verão, e com ele as férias, deram-me a possibilidade de tolerar coisas que em tempo de stress provocado pelo trabalho, não tenho paciência de tolerar. Dei-me ao trabalho de "engolir" um ou outro capítulo desta série de M. com A. Mantenho a minha opinião, é fútil, vazia, com um estereótipo de jovens que, felizmente, não condizem com a maioria, incrementa a vaidade, o balofismo, as experiências sexuais sem compromisso nem amor e a parceria ridiculizada de pais que de educadores nada têm.

Certo é que, e isso ninguém pode negar, a série tem influenciado e continua a influenciar os jovens, especialmente os adolescentes. Há dias, a beber um café, presenciei uma cena que me deixou a pensar muito. Quatro adolescentes sentados à mesma mesa, pessoal que se agarrava e esfregava sem problema algum, confesso que elas eram mais... ousadas (?). Os quatro na "passa" e com um fino cada um, os quatro presos ao telemóvel, digitando (creio eu...) mensagens em sms, calças abaixo do rabinho, consegui ver a cor das cuecas dos quatro, todas de cores diferentes, todos com "alianças" nos dedos, mostravam-nas dizendo (consegui ouvir o que a moça disse) «ele é meu...», e lá se agarrava ao jovem dando aquele beijo com efeito parecido ao de um chupão daqueles que desentope canos... Bom, no fim do "espectáculo" e olhem que eu não sou nada cheio desses escrúpulos mariquistas, o pessoal, eles os quatro, levantaram-se e toca a meter as mãos por dentro da calça dos meninos, apalpa-se-lhes o rabiosque e lá vai a malta, feliz e contente com a mão no cú do outro. Estou a falar de gente dos seus 14/15 anos.

Fiquei baralhado e convicto que este já não é o meu mundo, ou que eu já ando por cá há tempo de mais. Tenho muita pena em dizer isto, e não quero dizer que a culpa seja dos Morangos com Açúcar (mas que ajudam a isto, ai isso ajudam), lamento dizer isto, mas não me admira nadinha a futilidade dos nossos jovens (alguns), mas admira-me muito mais o facto de deduzir que, mesmo com os pais vivos, este pessoal já é órfão. Que pena! Fico a pensar que um dia quando tiver de me segurar a uma bengala, e já não falta muito, será este pessoal que encontrarei pelo caminho ou num lar, ou num hospital, ou num autocarro, ou no metro... e confesso que tenho um pouco de receio de me cruzar com eles quando as forças me abandonarem. Há dias encontrei uma amiga minha que tem a mãe acamada, contou-me os cuidados que tinha para com ela, o lavá-la, acarinhá-la, dar-lhe de comer e até limpar-lhe o rabinho. Depois disse-me: «Sabes? Ela esteve sempre presente na minha vida, e ensinou-me que viver é mais do que ter, é ser para os outros por amor. Eu fui educada assim e ainda bem».


Pois é pessoal, hoje fiquei com receio a pensar quem é que daqui a uns anos me vai limpar o rabinho e a baba... Acho que devemos açucarar os nossos moranguitos (jovens) com muitos mimos e carinho, mas não seria bom deixá-los crescer dando um sentido mais pleno à vida, mostrando que afinal não é tudo doçuras? Tou a ficar velho...


AS