Na terça-feira passada, ontem portanto, um dos jornais nacionais, o Correio da Manhã, noticiava que o jovem actor, Tomás Santos, de 19 anos, que dá vida à personagem "David", na série juvenil "Morangos com Açúcar" tinha sido preso por ter participado num roubo e sequestro de um outro jovem que dá por nome Valdemar, juntamente com outros colegas.
O Verão, e com ele as férias, deram-me a possibilidade de tolerar coisas que em tempo de stress provocado pelo trabalho, não tenho paciência de tolerar. Dei-me ao trabalho de "engolir" um ou outro capítulo desta série de M. com A. Mantenho a minha opinião, é fútil, vazia, com um
estereótipo de jovens que, felizmente, não condizem com a maioria, incrementa a vaidade, o balofismo, as experiências sexuais sem compromisso nem amor e a parceria ridiculizada de pais que de educadores nada têm.
Certo é que, e isso ninguém pode negar, a série tem influenciado e continua a influenciar os jovens, especialmente os adolescentes. Há dias, a beber um café, presenciei uma cena que me deixou a pensar muito. Quatro adolescentes sentados à mesma mesa, pessoal que se agarrava e esfregava sem problema algum, confesso que elas eram mais... ousadas (?). Os quatro na "passa" e com um fino cada um, os quatro presos ao telemóvel, digitando (creio eu...) mensagens em sms, calças abaixo do rabinho, consegui ver a cor das cuecas dos quatro, todas de cores diferentes, todos com "alianças" nos dedos, mostravam-nas dizendo (consegui ouvir o que a moça disse) «ele é meu...», e lá se agarrava ao jovem dando aquele beijo com efeito parecido ao de um chupão daqueles que desentope canos... Bom, no fim do "espectáculo" e olhem que eu não sou nada cheio desses escrúpulos mariquistas, o pessoal, eles os quatro, levantaram-se e toca a meter as mãos por dentro da calça dos meninos, apalpa-se-lhes o rabiosque e lá vai a malta, feliz e contente com a mão no cú do outro. Estou a falar de gente dos seus 14/15 anos.
Fiquei baralhado e convicto que este já não é o meu mundo, ou que eu já ando por cá há tempo de mais. Tenho muita pena em dizer isto, e não quero dizer que a culpa seja dos Morangos com Açúcar (mas que ajudam a isto, ai isso ajudam), lamento dizer isto, mas não me admira nadinha a futilidade dos nossos jovens (alguns), mas admira-me muito mais o facto de deduzir que, mesmo com os pais vivos, este pessoal já é órfão. Que pena! Fico a pensar que um dia quando tiver de me segurar a uma bengala, e já não falta muito, será este pessoal que encontrarei pelo caminho ou num lar, ou num hospital, ou num autocarro, ou no metro... e confesso que tenho um pouco de receio de me cruzar com eles quando as forças me abandonarem. Há dias encontrei uma amiga minha que tem a mãe acamada, contou-me os cuidados que tinha para com ela, o lavá-la, acarinhá-la, dar-lhe de comer e até limpar-lhe o rabinho. Depois disse-me: «Sabes? Ela esteve sempre presente na minha vida, e ensinou-me que viver é mais do que ter, é ser para os outros por amor. Eu fui educada assim e ainda bem».
Pois é pessoal, hoje fiquei com receio a pensar quem é que daqui a uns anos me vai limpar o rabinho e a baba... Acho que devemos açucarar os nossos moranguitos (jovens) com muitos mimos e carinho, mas não seria bom deixá-los crescer dando um sentido mais pleno à vida, mostrando que afinal não é tudo doçuras? Tou a ficar velho...
AS